Yorgos Lanthimos, o mago do cinema contemporâneo conhecido por sua habilidade em mergulhar nas profundezas da psique humana, nos presenteia com obras que desafiam as convenções e provocam reflexões duradouras. Em “O Lagosta”, o diretor grego nos conduz por um labirinto de desejos excêntricos e questionamentos sociais, revelando as complexidades da busca pela identidade e pertencimento.
Em seu trabalho anterior, “Dente Canino”, Lanthimos já havia explorado a rebeldia juvenil contra autoridades opressoras, preparando o terreno para suas incursões posteriores em temas como a morte em “Alpes” e a decadência social em “O Sacrifício do Cervo Sagrado” e “A Favorita”. Com uma colaboração ímpar com o co-roteirista Efthimis Filippou, Lanthimos desbrava os territórios sombrios da alma humana, desafiando convenções e expectativas.
Em “O Lagosta”, Lanthimos e Filippou nos presenteiam com uma sátira mordaz da ditadura dos sentimentos falsos, onde solteiros desiludidos têm 45 dias para encontrar um novo amor sob pena de serem transformados em um animal de sua escolha. A trama, ambientada em um hotel isolado, nos leva a uma jornada pelos recantos mais obscuros e íntimos de cada personagem, explorando suas esperanças, medos e anseios mais profundos.
Colin Farrell brilha como o protagonista David, cuja escolha de se transformar em uma lagosta simboliza sua busca por nobreza e longevidade em um mundo repleto de caçadores. Ao seu lado, Rachel Weisz e um elenco de apoio estelar, incluindo John C. Reilly e Ben Whishaw, elevam a narrativa a novos patamares de profundidade e complexidade.
O desfecho arrebatador de “O Lagosta” oferece uma conclusão catártica e emocionalmente poderosa, redimindo qualquer deslize narrativo anterior e deixando uma marca indelével na mente do espectador.
Em resumo, “O Lagosta” não é apenas um filme; é uma experiência cinematográfica única e inesquecível que desafia nossas noções preconcebidas sobre amor, identidade e liberdade. Uma verdadeira obra-prima do cinema contemporâneo que merece ser descoberta e apreciada por todos aqueles que buscam algo além do comum.
Prepare-se para mergulhar em um mundo de surrealismo e poesia visual com “O Lagosta”. Uma escolha imperdível para o filme do dia, que promete provocar reflexões e debates acalorados longo após os créditos finais.
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