O mais recente filme de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, estreou em mais de 200 salas de cinema na França, com o título Je Suis Toujours Là. Apesar da expectativa em torno do longa, que aborda o luto e a resistência durante a ditadura militar no Brasil, as avaliações da crítica francesa demonstraram um contraste significativo.
O tradicional jornal Le Monde trouxe uma análise contundente, assinada pelo crítico Jacques Mandelbaum. Segundo ele, a atuação de Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, foi “monocórdica”, carecendo de profundidade. Mandelbaum também criticou o que chamou de “concentração melodramática” na figura de Eunice, argumentando que o filme não explorou suficientemente os mecanismos do totalitarismo representado.
O crítico ainda comparou o desempenho de Fernanda Torres ao de Sônia Braga em Aquarius, sugerindo que ambas trazem representações “religiosas demais do sofrimento”. Na avaliação do jornal, o filme recebeu apenas uma estrela, em uma escala de quatro.
Por outro lado, diversas publicações de peso no cenário cultural francês destacaram o filme de forma positiva. O jornal Libération afirmou que “Walter Salles narra com força e emoção o luto impossível que atingiu os Paiva”. Já o Le Figaro classificou o longa como “uma cativante e poderosa narrativa histórica”.
A influente revista Première descreveu o filme como “uma obra dilacerante”, enquanto a icônica Cahiers du Cinéma elogiou a sutileza da direção de Salles e a importância de sua mensagem. “Ainda Estou Aqui reafirma a necessidade da transmissão e da memória histórica”, pontuou a publicação.
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