Quentin Tarantino construiu sua carreira como um dos cineastas mais violentos e estilizados de Hollywood. Obras como Cães de Aluguel (1992), Kill Bill (2003/2004) e Era uma Vez em… Hollywood (2019) consolidaram sua marca registrada: diálogos afiados, narrativa não-linear e muito sangue em cena. Mas, curiosamente, os dois filmes que mais o traumatizaram não foram por excesso de violência gráfica — e sim por motivos muito diferentes.
Em entrevista ao Los Angeles Times (via Far Out), o diretor revelou que só dois filmes o marcaram de forma tão intensa a ponto de considerá-los “traumatizantes”: a animação clássica Bambi (1942) e o terror brutal A Última Casa à Esquerda (1972), de Wes Craven.
“Acho que Bambi é bem conhecido por traumatizar crianças. É um clichê, mas é verdade. O único outro filme que não consegui assistir e tive que abandonar foi em um drive-in no Tennessee. Eu estava sozinho, sentado no cascalho perto de uma caixa de som, vendo A Última Casa à Esquerda. Então, para mim, A Última Casa à Esquerda e Bambi estão nessa prateleira, um ao lado do outro.”
O clássico da Disney, a princípio inocente, esconde uma das cenas mais dolorosas da história do cinema: a morte da mãe do protagonista. Para Tarantino, esse momento sintetiza como a tristeza pode ser tão impactante quanto a violência gráfica. O luto do pequeno cervo marcou gerações — e o cineasta não foi exceção.
No extremo oposto da inocência infantil está o filme de Wes Craven. O terror de 1972 acompanha Mari Collingwood, uma adolescente sequestrada, estuprada e assassinada por um grupo de criminosos. O clima de realismo cru, somado à vingança implacável dos pais da vítima, tornou o longa uma experiência perturbadora até para alguém acostumado com a brutalidade no cinema.
O mais curioso é a forma como Tarantino coloca os dois títulos lado a lado. Para ele, Bambi e A Última Casa à Esquerda ocupam o mesmo espaço de memória emocional.
Gostou? Continue acompanhando o Guia de Seriados para mais!





