O cinema brasileiro ganhou mais um capítulo de destaque internacional nesta segunda-feira (15), quando a Academia Brasileira de Cinema anunciou “O Agente Secreto” como o representante do Brasil na corrida por uma vaga no Oscar 2026 na categoria Melhor Filme Internacional.
Dirigido por Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”, “Aquarius”) e estrelado por Wagner Moura, o longa já chega com prestígio: no Festival de Cannes 2025, conquistou os prêmios de Melhor Ator (para Moura) e Melhor Direção (para Mendonça Filho). Além disso, recebeu aclamação da crítica internacional, com veículos como The Guardian, Hollywood Reporter e The Playlist descrevendo o filme como “magistral”, “ambicioso” e até mesmo uma “obra-prima”.
Ambientado nos anos 1970, em plena ditadura militar brasileira, o longa acompanha um professor universitário (Moura) que retorna ao Recife para reencontrar o filho caçula, apesar dos riscos de perseguição política. A narrativa mistura drama familiar, tensão política e reflexões sobre identidade em tempos de repressão — elementos que ecoam com a força característica do cinema de Mendonça Filho.
“O Agente Secreto” superou outros fortes concorrentes nacionais, como “Manas”, de Marianna Brennand, e “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro. A indicação, no entanto, é apenas o primeiro passo. Agora, o longa precisa se destacar entre produções de dezenas de países que disputarão as cinco vagas oficiais da categoria.
Vale lembrar que a vitória não depende apenas da qualidade artística. Estratégias de divulgação internacional são fundamentais para garantir que os votantes da Academia de Hollywood assistam ao filme e se conectem com sua narrativa.
Dois dos maiores nomes do cinema brasileiro na atualidade, Moura e Mendonça Filho reforçam, juntos, a relevância cultural e política da produção nacional. Enquanto Wagner Moura segue consolidado como um ator de prestígio internacional, Kleber Mendonça Filho confirma sua posição como um dos cineastas mais respeitados do mundo, construindo obras que dialogam com o Brasil e conquistam reconhecimento global.
A primeira lista de finalistas, com 15 produções, será divulgada em dezembro. Dela, apenas cinco seguirão até a cerimônia oficial do Oscar, marcada para 15 de março de 2026. Até lá, “O Agente Secreto” precisa não apenas emocionar plateias, mas também se firmar como uma voz potente do Brasil diante do olhar mundial.
Se conseguir a indicação, o longa se juntará ao seleto grupo de filmes brasileiros que já chegaram perto da estatueta — como “Central do Brasil” (1999) e “Cidade de Deus” (2004).
Mais do que uma corrida por prêmios, a escolha reafirma o espaço do Brasil no cenário internacional: um cinema de resistência, ousadia estética e narrativas que não se calam diante da história.
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